Dei passagem, gentilmente. Não agradeceu.
Descendo escadas, a loira, cheirosa, foi degrau por degrau, assim, de ladinho, como cavalo de raça cujo trotar parece cavalgada. Tal qual dama montada em alazão: as perninhas de lado, apertando a saia junto às coxas num passeio ao lago.
Desci junto, mesmo ritmo, corpos sentindo. Percebi seu peito arfante com cheiros na narina e copiei, na descendente, instintivamente, o movimento de sua crina.
Astuto jóquei sem contato, interpelei ao seu ouvido.
Disse à mulher a imagem provocada, da graça de seus movimentos de amazona.
Ela caiu em risos.
Mãozinha tampando os dentes
Veio a resposta inesperada:
_Da noite inteira, essa foi a pior cantada!
_Depende do nível mental em que sua cabeça estiver trabalhando!, foi a resposta mal criada!
_Eu sou loira burra mesmo!
_Então estamos conversados!
Moral da noite sem gozada:
"Entre bundas gigantes e peitos de silicone, infelizmente, não há sutilezas."